Quando se fala em trabalhar o nordeste na literatura em sala de aula, logo pensamos na literatura de cordel. O gênero, que ficou consagrado nos poemas de Patativa do Assaré, é uma tradição literária típica da região e impressiona tanto pelos versos quanto pelas xilogravuras, tão características dessas obras.
Porém, mesmo com toda a sua relevância, podemos pensar em outros modos, e autores, para apresentar aos alunos quando formos falar da região. Listamos aqui alguns autores que falam do Nordeste em suas mais diferentes nuances e que são leituras essenciais.
Jorge Amado
O escritor baiano é um dos nomes mais famosos da segunda geração do modernismo brasileiro. Com linguagem simples e regionalista, ele retrata bem os costumes, principalmente das classes
Jorge Amado possui cerca de 45 obras publicadas, muitas delas premiadas e adaptadas para o cinema e a televisão, como Gabriela, Cravo e Canela, que se passa no interior da Bahia. Outro destaque é o livro Capitães de Areia, que conta a história de Pedro Bala, líder de um grupo de meninos marginalizados que aterrorizam a cidade de Salvador.
Rachel de Queiroz
A cearense Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a fazer parte da Academia Brasileira de Letras. Seu primeiro romance, “O Quinze”, é uma das obras mais importantes da literatura brasileira e retrata a grande seca de 1915 e a realidade dos retirantes nordestinos.
Memorial de Maria Moura é outra obra de destaque da autora, que inclusive já foi adaptada para a televisão. Conta a história de uma cangaceira que luta contra injustiças sociais.
José Lins do Rego
O autor paraibano é um dos principais nomes se você quiser entender um pouco sobre a formação do Nordeste brasileiro. Em seu livro Menino de Engenho, ele acompanha toda as fase do protagonista que vive em uma fazenda que se dedica à produção de açúcar.
Já Fogo Morto, que é considerado por muitos a sua obra prima, narra o fim do ciclo da cana de açúcar e as consequências para a sociedade da época.
Clarice Lispector
A autora, que nasceu na Ucrânia, veio ainda bebê para o Brasil, vivendo boa parte da vida em Maceió, Recife e Rio de Janeiro. E foi por morar em cidades do Nordeste que colocamos a autora na lista, pois das características de suas obras é que Clarice ambienta as histórias em cidades onde viveu.
Um exemplo é o conto Felicidade Clandestina, que conta história de uma menina recifense muito apaixonada por livros. Já em A Hora da Estrela, um dos seus livros mais famosos, apesar de ser ambientado no Rio de Janeiro, narra a história de Macabéa, uma migrante nordestina e nos mostra um pouco da vivência de tantos nordestinas que vão para o sul em busca de melhores oportunidades.